#41 Sobre tomar decisões
O que já rolou por aqui…
Edição #39 - Sobre fazer terapia
Edição #40 - Sobre influência
Como diria Samuel Rosa, o caminho só existe quando você passa. Como você tem criado os seus?
Já reparou que a gente mal acorda direito e já começa o dia tendo que tomar decisões? É o café da manhã, como ir até o trabalho, o look do dia (já que você não é uma bilionária do Vale do Silício que se veste alá Steve Jobs)…
Fui perguntar pro Google quantas decisões o nosso cérebro toma durante as 24h de um dia e confesso que mesmo esperando que fossem muitas, ainda me surpreendi com o resultado.
É por isso que tá todo mundo exaustah, pelo amor de Deus 😂
Faz um tempinho que li o livro Rápido e Devagar, que fala bastante sobre a maneira como tomamos as decisões da vida.
Ele nos mostra como somos influenciadas a ir por um caminho ou outro e ilustra bem o que nos faz cometer erros de julgamento.
Temos duas formas de pensar: o Sistema 1 (pensamento rápido) e o sistema 2 (pensamento devagar):
Como dá pra ver no infográfico aí de cima, o Sistema 1 é a nossa forma instintiva de pensar e tomar decisões. Já o Sistema 2 é a maneira analítica.
O Sistema 1 é aquele forma as “primeiras impressões” e muitas vezes nos faz tirar conclusões precipitadas enquanto o Sistema 2 nos faz refletir e analisar as situações com foco na resolução de problemas.
O grande desafio é que, automaticamente, passamos a maior parte do tempo no Sistema 1.
Sim, apesar de acharmos que somos seres humanos racionais e analíticos, a verdade é que passamos quase toda a nossa vida diária no "modo automático" do Sistema 1 - Pensando Rápido.
Somente se encontrarmos algo inesperado ou se fizermos um esforço consciente, acionamos o Sistema 2 - Pensamento Lento.
Segundo o próprio Kahneman (autor do livro que estamos usando pra embasar esse texto), a parada é a seguinte:
“Os sistemas 1 e 2 estão ativos sempre que estamos acordados. O Sistema 1 funciona automaticamente e o Sistema 2 está em um modo confortável, de baixo esforço, no qual apenas uma fração de sua capacidade é acionada.
O Sistema 1 gera continuamente sugestões para o Sistema 2: impressões, intuições, intenções e sentimentos. Se endossadas pelo Sistema 2, as impressões e intuições se transformam em crenças e os impulsos se transformam em ações voluntárias.
Quando tudo corre bem, o que acontece na maioria das vezes, o Sistema 2 adota as sugestões do Sistema 1 com pouca ou nenhuma modificação.
Isso significa que você geralmente acredita em suas impressões e age de acordo com seus desejos, e tudo bem.
Mas quando o Sistema 1 encontra dificuldades, ele chama o Sistema 2 para dar suporte a um processamento mais detalhado e específico que possa resolver o problema do momento.
O Sistema 2 é mobilizado quando surge uma questão para a qual o Sistema 1 não oferece uma resposta… O Sistema 2 é ativado quando é detectado um evento que viola o modelo de mundo que o Sistema 1 mantém.”
Acima de tudo, o pensamento do Sistema 1 busca uma história coerente e muitas vezes nos leva a tirar conclusões precipitadas.
É comum que ele nos faça cometer erros de viés, respondendo a perguntas usando pouco conhecimento de lógica e estatística. A única coisa que importa é criar uma história plausível, com uma explicação para o que está acontecendo.
Para isso, ele se baseia em associações e memórias, correspondência de padrões e suposições, mesmo que essa história seja baseada em informações incorretas.
O que você vê é tudo o que existe.
Kahneman escreve bastante sobre o fenômeno de como as pessoas tiram conclusões precipitadas com base em informações limitadas e exemplifica bem isso no trecho:
“Considere o seguinte: “Mindil será uma boa líder? Ela é inteligente e forte…” Uma resposta veio rapidamente à sua mente, e a resposta foi sim. Você escolheu a melhor resposta baseada na informação muito limitada disponível, mas saiu correndo antes de ouvir o tiro de largada. E se os dois adjetivos que viessem a seguir fossem corrupta e cruel?
Observe o que você não fez quando pensou brevemente em Mindik como uma líder. Você não começou por se perguntar: “O que eu precisaria saber antes de ter formado uma opinião sobre a qualidade de liderança de alguém?”
Pois é… rs
Quantas vezes no nosso dia a dia, a gente não forma opiniões meio que automaticamente, usando as informações disponíveis (que muitas vezes são super limitadas) e não considerando o que ficou de fora?
Separamos os erros mais comuns que acontecem quando confiamos demais no pensamento do Sistema 1:
Lei dos pequenos números: é difícil encontrar alguém que realmente entenda de estatística. Como resultado, é comum analisarmos uma pequena amostra - por exemplo, 100 pessoas - e concluir que os resultados se aplicam para toda a população.
Isso também explica por que as pessoas tiram conclusões precipitadas com apenas alguns pontos de dados ou evidências limitadas.
Se três pessoas disseram a mesma coisa, então deve ser verdade, né? Se você observar pessoalmente um incidente, é mais provável que generalize essa ocorrência para toda a população.
Por exemplo, estatisticamente, os derrames causam mais mortes do que acidentes. Apesar disso ser um fato, um estudo descobriu que 80% dos entrevistados consideram mais provável que morram em um acidente do que em um derrame.
Essa é a nossa percepção simplesmente porque não ouvimos falar de mortes por derrame nos noticiários, enquanto os acidentes são relatados o tempo todo.
Assim, lembramos deles com mais clareza e acreditamos que são muito mais comuns (quando isso não é verdade).
Ilusão de compreensão: as pessoas costumam criar explicações falhas para eventos passados, um fenômeno conhecido como falácia narrativa. Em resumo: "nos enganamos com histórias que saciam a nossa sede por padrões". Essa técnica costuma ser bem usada em campanhas eleitorais, rs
Viés de retrospectiva: as pessoas reconstroem uma história em torno de eventos passados para subestimar até que ponto foram surpreendidas por esses eventos. Este é um viés do tipo “eu sempre soube”.
Se um evento acontece, as pessoas exageram a probabilidade de saberem que ele iria ocorrer.
Se um evento não ocorre, as pessoas se lembram erroneamente de que achavam que era improvável.
Viés de confirmação: as pessoas serão rápidas em aproveitar evidências limitadas que confirmem sua perspectiva existente. E vão ignorar ou deixar de buscar evidências que contrariam a história coerente que já criaram em suas mentes.
Um ótimo exemplo, é achar que a bolsa de valores nunca vai parar de subir quando está em períodos de altas.
Aiai, nosso cérebro pode ser traiçoeiro às vezes, né? Entender como ele funciona é o primeiro passo para ganhar mais controle nas decisões (saindo do piloto automático) e evitar cair nos vieses que acabamos de falar.
Bora colocar o Sistema 2 pra trabalhar e nos ajudar a tomar melhores decisões? Treinando um pouquinho todo dia, a gente chega lá!
Pra ver: Falando sobre decisões e vieses, lembrei desse TED famosinho que tem mais de 17 milhões de visualizações e vale muito à pena: O Paradoxo da Escolha. Agora, se você tá na vibe "não quero pensar, só me alienar", Love is Blind 4 tá aí pra isso!
Pra ouvir: Quem são os homens que ficam quando estamos fora das nossas CNTPs (condições normais de temperatura e pressão)? Tema do episódio 179 do Bom dia, Obvious, que veio muito a calhar nesta semana em que a separação da Preta Gil em meio a um tratamento contra o câncer deu um bafafá.
Pra ler: Quer entender melhor toda a história de taxar as comprinhas da Shein e da Shopee? Dá um confere nessa matéria.
👩🏽 Iluminador corporal que nunca usei, mas tenho ouvido falar que é ótimo! Tá com 20% de desconto!
🤤 Gel lubrificante vibratório de jambu - parece que é uma coisa meio ama ou odeia, mas vale experimentar.
🧴 Multiprotetor com ácido hialurônico, dessa linha perfeita do Boticário (e nem é publi, rs). Também tá com 20% de desconto!
Ah, só mais uma coisinha….
Todo mundo concorda que o BBB 21 foi a última edição do Big Brother, né? 🗣️
Sofia 💅
Sua melhor amiga, na sua caixa de entrada. Somos uma newsletter gratuita e semanal, que fala sobre tudo que faz parte do universo feminino. Temos um encontro marcado sempre lá pelas 13h, nas quintas.