#10 Sobre ambição
O que já rolou por aqui…
Edição #8 - Sobre Linguagens do Amor
Edição #9 - Sobre abundância e escassez
Quem define o que é ambição é você. Pode ser uma carreira corporativa. Pode ser conhecer vários países. Pode ser construir uma família. Tanto faz. O importante é fazer o seu coração vibrar!
Algo está acontecendo com as mulheres "ambiciosas"...
Aquela amiga de faculdade que tinha o objetivo de chegar ao topo da carreira executiva, não quer mais sair do interior - trabalhar de home office e ter um custo de vida mais baixo é bom demais.
Uma conhecida, sócia de um negócio sólido, resolveu vender a sua parte para se dedicar a projetos menores e à maternidade.
E tantas outras mulheres vêm questionando o seu lugar no mercado de trabalho…
Reparou que colocamos umas aspas em "ambiciosas" logo na primeira linha? Foi pra chamar a sua atenção e indicar que, até agora, esse adjetivo foi sempre muito focado em conquistas profissionais (como nos exemplos que aí de cima).
Mas parece que estamos no meio de um acerto de contas revolucionário com nossas ambições, tentando descobrir um novo conjunto de metas e de orientação para nossas vidas - além do profissional.
Às vezes bate até aquela vontade de ter uns milhões na conta pra não precisar mais ter a preocupação de trabalhar por dinheiro, né? 😂😂😂
Potencial eu tinha… Mas não nasci herdeira. E agora?
Bem… aos poucos, aquela história de "trabalhar por amor" e de glamourizar horas extras, tem convencido cada vez menos mulheres por aí.
Por outro lado, estudos sobre a diminuição da “ambição” tem surgido.
Mas será que ela está mesmo diminuindo ou só estamos mais atentas a outras áreas da vida, dando um novo sentido ao “ser ambiciosa”?
Olhando para a nossa história profissional coletiva, fatores como a desigualdade que existe desde sempre entre homens x mulheres, o machismo e a pandemia parecem ter grande influência nessas reflexões.
Se definirmos ambição estritamente como a busca por dinheiro e poder, o século passado foi de mulheres cada vez mais ambiciosas.
E precisava ser: era isso que estabeleceria o nível de liberdade e de independência que cada mulher poderia ter.
No início do século 20…
Apenas 20% das mulheres trabalhavam fora de casa;
Mulheres negras eram duas vezes mais propensas que mulheres brancas a terem empregos assalariados.
Depois da Segunda Guerra Mundial…
Os números de mulheres no mercado de trabalho aumentaram de forma constante;
Na década de 1970, metade das mulheres solteiras e 40% das mulheres casadas estavam empregadas.
Pulando para o século 21…
Mesmo com um equilíbrio na proporção entre mulheres e homens no mercado de trabalho, a disparidade salarial ainda é gigante. Isso já até foi tema de uma edição da Sofia.
Estamos meio exaustas…
Segundo um estudo da McKinsey feito em 2021, um quarto das mulheres norte-americanas considerou deixar a força de trabalho ou reduzir a sua carreira.
Uma outra pesquisa do mesmo ano, da Gallup, com 13.000 trabalhadores, mostrou que o que mais atraia mulheres em uma vaga de emprego era “maior equilíbrio entre vida profissional e pessoal" e "bem-estar”.
Esses itens apareciam à frente de salários e benefícios mais altos (o que antes era considerado ambição, lembra?).
Também nos EUA, há 1,8 milhão de mulheres a menos na força de trabalho do que antes da pandemia, mesmo com a grande maioria não tendo a opção financeira de desistir completamente (mas por 1 ano "sabático", até que dá… e por que não?).
Ir viajar para conhecer o mundo e novas culturas, trabalhar em um ritmo mais leve e sem horas extras pelo bem da própria saúde mental, reduzir a carga horária ou até um outro modelo de contratação para ter mais tempo para a família…
A ambição agora não é mais por dinheiro, poder ou status corporativo.
Inquietação é a palavra da vez.
"Será que estou aprendendo e contribuindo?"
"Será que tenho me conectado com pessoas que me fazem bem?"
"Será que estou em um lugar que se alinha com os meus valores?"
"Será mesmo que grande parte da minha vida realmente se resume ao meu trabalho?"
Estamos (re)descobrindo o papel que o trabalho deve desempenhar na vida e na identidade de uma mulher, e junto disso, o repensar da ambição vem como uma reviravolta alimentada pelo desejo de não se sentir tão estressada e exaustah o tempo todo.
Por que raios não estamos trabalhando menos?
Em 1965, o Senado dos EUA projetou que, graças aos avanços da tecnologia, seríamos uma sociedade tão produtiva que poderíamos desfrutar de uma semana de trabalho de 14 horas até o ano 2000.
(DEIXE A SUA RISADA AQUI) 🤡
Queria semana com 14h de trabalho?
Pois o que temos pra hoje é uma de 44h - no melhor dos cenários, porque 1 em cada 5 trabalhadores, trabalha de 49h a 59h.
Por algum tempo, engatamos no piloto automático e aceleramos, para produzir mais… Só que pra quê? E, mais profundo ainda, pra quem?
Quando esse sentimento de não fazer o suficiente começa, devemos buscar a clareza de entender o que é prioridade, o mais importante.
Descobrir mais sobre a sua ambição é saber quais coisas profissionais deixar de lado e quais ainda fazem sentido.
Deixar de lado a ideia de que emprego, status e salários nos definem pode ser difícil, mas ao que tudo indica, esse é o caminho que estamos começando a trilhar.
Olha que maravilhoso e libertador seria descobrir que a ambição tem uma série de facetas, para além do Girls Boss…
Então, ficam as provocações:
Quando falamos em "mulher ambiciosa", qual imagem aparece na sua cabeça?
Essa imagem tá em linha com o que você realmente acredita e busca para a sua vida ou precisa de ajustes?
E se começarmos a definir as ambições para além dos tradicionais marcadores profissionais?
ps: esse texto é uma brisa sobre como muitas vezes seguimos o piloto automático e buscamos nos encaixar em adjetivos que não fazem nem sentido pras nossas vidas (pelo menos não na maneira como socialmente são percebidos). Ele é um convite para o autoconhecimento e não uma crítica para quem quer status e todas as coisas que vem no package da "ambição". Se essa busca for consciente, tá tudo bem!
Pra ver. Filmezinho leve e clichê? Temos! "Look Both Ways" ou, na tradução "Como seria se…", explora dois cenários completamente diferentes para uma mesma mulher: no primeiro, ela se muda para Los Angeles e começa no seu emprego dos sonhos; no outro, é surpreendida por uma gravidez. Em qual vida ela será mais feliz?
Pra ouvir 1. Podcast pra se distrair enquanto lava a louça, espera no trânsito ou vai ao mercado? Também temos! Pode escolher o episódio com a Bruna Marquezine no Quem Pode, Pod, que tem a Fernanda Paes Leme e a Giovanna Ewbank como anfitriãs.
Pra ouvir 2. Podcast pra pensar na vida que tem tudo a ver com o assunto da nossa Curandoria de hoje? Lógico que não poderia faltar. Vai de "o ódio às mulheres de sucesso", com a Clara Fagundes, no Bom dia Obvious.
🧴 A Sallve lançou esse limpador enzimático que garante limpeza e esfoliação para a pele das princesas! Quem comprar ainda ganha um hidratante!
📚 Pra quem não larga o Kindle, a dica é "Os Coaduvantes", da Clara Drummond - tá com quase 50% de desconto. O romance fala sobre o Brasil dos privilégios e uma geração obcecada por imagem (qualquer relação com a news de hoje não é mera coincidência, rs).
💄 Batom líquido da Niina Secrets por menos de R$ 25.
Ah, só mais uma coisinha….
Seria bem legal entender o que outras mulheres pensam sobre o significado da palavra ambição, né?
Por que não pensamos sobre isso juntas?
Vamos abrir uma caixinha de perguntas nos stories do Instagram da Sofia e queremos ver a sua opinião por lá!
Sofia 💅🏻
Sua melhor amiga, na sua caixa de entrada. Somos uma newsletter gratuita e semanal, que fala sobre tudo que faz parte do universo feminino. Temos um encontro marcado sempre lá pelas 13h, nas quintas.