#18 Sobre ser inspiração
O que já rolou por aqui…
Edição #16 - Sobre comunicação não violenta
Edição #17 - Sobre maneiras de pensar
Sozinhas podemos até chegar mais rápido, mas acompanhadas, chegamos mais longe.
Pega o celular ou vai no Slack e manda uma mensagem pra quem tem te inspirado nesses últimos tempos! Não custa nada agradecer e fazer o dia desse pessoa mais feliz!
Na última semana, mesmo que você não seja muito fã de esportes, provavelmente esbarrou em alguma publicação sobre a conquista da ginasta brasileira Rebeca Andrade - que foi Campeã Mundial da modalidade.
Por muitos motivos, o tamanho desse feito é gigante:
#1 Ela é uma mulher preta, que foi criada ao lado de seus irmãos apenas pela mãe que trabalhava como empregada doméstica. Saiu de um contexto com zero privilégios, pra ser a melhor do mundo no que se propôs a fazer, tem noção?
Pensa que falando do mundindo dos esportes, isso é ainda mais significativo.
Voltemos algumas décadas: em Londres-1948, as mulheres eram apenas 9,5% dos 4.104 atletas inscritos para os Jogos.
Foi nesta edição que Alice Coachman fez história ao ganhar a prova do salto em altura, se tornando a primeira negra a ser campeã olímpica.
Pra você ter ideia, o equilíbrio de gênero só ficou mais perto de acontecer a partir das edições do século XXI.
#2 Sua formação no esporte aconteceu em um projeto social da Prefeitura de Guarulhos, em São Paulo. Fico aqui pensando em quantas medalhas estão por aí, espalhadas por todos os cantos do Brasil, e que acabam ficando só no sonho de crianças que não tem uma oportunidade como ela teve.
Na real, é muito mais do isso. As medalhas são consequência.
Mas o esporte educa. Ensina a disciplina. Dá um propósito.
E é por isso que programas de políticas públicas e sociais devem ser pensados para crianças que vivem em qualquer situação de vulnerabilidade. #politizei
#3 Sua história é marcada pela presença de mulheres fortes, em especial, sua mãe, sua técnica durante a infância - que acolheu Rebeca para que ela conseguisse continuar no esporte e a também ginasta Daiane dos Santos - que desde cedo foi uma grande inspiração.
E precisamos falar um pouco mais sobre isso…
As conquistas de Rebeca são também de todas as que vieram antes.
Se você é filha da geração dos anos 2000, cresceu vendo a Daiane dos Santos dançar Brasileirinho no solo e já fez alguma piadinha envolvendo o duplo twist carpado 🗣
Pois muito que bem…
Daiane, também negra, foi a primeira brasileira a conquistar uma medalha de ouro no Mundial de Ginástica, em 2003, nos Estados Unidos.
TUDO ISSO É SOBRE REPRESENTATIVIDADE, SOBRE OCUPAR ESPAÇOS E MOSTRAR QUE É POSSÍVEL CHEGAR LÁ.
Tanto que, uns anos depois, Rebeca ficou conhecida como a "Daianinha de Guarulhos" quando ainda era criança… E ela sabia que era completamente possível conquistar seus sonhos no esporte - já tinha visto onde Daiane chegou.
Uma puxa a outra
Depois de ganhar a sua primeira medalha olímpica, Rebeca falou sobre a importância de ter em quem se inspirar.
Durante as entrevistas, ela deixou claro o quanto a sua conquista foi coletiva, apesar da competição ser individual: era resultado do trabalho de todas as atletas que passaram ali antes dela.
Trazendo isso pra nossa vida como reles mortais que não sabem nem dar cambalhotas, fica o questionamento do quanto temos puxado outras mulheres pra crescerem com a gente.
Tá certo que é bem difícil ser pioneira em alguma área (e essas merecem o máximo respeito), mas como você pode servir de inspiração e ser suporte para outras mulheres no seu dia a dia?
Eu tenho algumas sugestões:
Chame aquela colega de trabalho que acabou de chegar na empresa e compartilhe coisas que você sabe que podem ajudá-la;
Incentive e compre de mulheres que são pequenas empreendedoras. Sabia que uma resposta nos stories ou compartilhamento de postagem pode significar o mundo pra quem tá começando?;
Se você já tá no mercado tem um tempinho, não seja como a Susana Vieira, e tenha paciência pra quem tá começando! Na correria, conseguir dar suporte pra quem é jr pode sim ser um desafio, mas lembre-se que você também já esteve nesse lugar. Aproveite a chance pra fazer a diferença e realmente ser inspiração pra alguém. Quando dá certo, a sensação é tão boa!
Talvez, aquela nossa parte toxic esteja agora pensando assim:
"Aaaa, mas ninguém fez essas coisas por mim… então, por quê vou ser essa pessoa pra outra?"
Isso me lembrou a Edição #9 - Sobre abundância e escassez…
Ao sentir falta de algo, experimente doar. É difícil sentir que está faltando algo quando você está distribuindo este algo com outras pessoas.
Quando deixamos o ego de lado, entendemos que temos a capacidade de deixar um legado que vai além de nós mesmas.
Podemos compartilhar o que sabemos e inspirar novas gerações para que elas façam melhor do que a gente mesmo foi capaz de fazer.
Talvez, o primeiro passo seja a gente entender, de uma vez por todas, que as conquistas da Rebeca só foram possíveis porque antes dela, tivemos Nádia, Daniele, Daiane, Jade, Laís e tantas outras...
ps: por trás da serenidade de Rebeca durante as competições mais importantes da sua vida, estão 9 anos de trabalho com a psicóloga Aline Wolff. Não dá pra não falar da importância da Saúde Mental na nossa vida e também no esporte de alta performance. Já fez terapia hoje?
Pra ver: Falando em ginástica artística e em mulheres fortes, a recomendação aqui não poderia ser outra. Você precisa assistir Athlete A, na Netflix, que retrata os bastidores tóxicos da seleção americana, contando a história de Maggie Nichols, uma das 250 ginastas vítimas de assédio e abuso sexual do ex-médico Larry Nassar. Ela foi muito forte e corajosa fazendo a denúncia, e acabou sendo seguida por várias outras que haviam passado pelo mesmo trauma.
Pra ouvir: Ouvir o podcast Afetos é como tirar um momento para o autocuidado. Os episódios tratam de vários temas que, de fato, nos afetam no dia-a-dia. Alguns exemplos: Idealização, Recomeços e Expectativas.
Pra ler: Voltando pras meninas preciosas do nosso esporte, essa matéria mostra como a Laís Souza - ex-ginasta, que sofreu um acidente de esqui e ficou tetraplégica, tem se reinventado. Um super exemplo de superação e vontade de viver! 🥺
“Para, respira fundo e conta até 10.”
Frase que a gente fala por costume, mas que deveríamos realmente começar a praticar. Não é à toa que a maioria das técnicas de relaxamento envolvem respiração.
Por isso, separe alguns minutinhos do seu dia para simplesmente respirar. E pra não ter desculpa de falta de tempo, indicamos a técnica de flores e velas pra você fazer em qualquer lugar:
1. Inspire pelo nariz como se estivesse cheirando uma flor.
2. Expire pela boca como se estivesse soprando velas de aniversário.
3. Repita conforme necessário, até ficar mais calma.
Ah, só mais uma coisinha….
Não poderíamos terminar sem deixar a nossa singela homenagem pra Gal Costa, uma das maiores vozes da música brasileira. Fica a certeza de que será eterna em sua arte! Por aqui, seguimos dando repeat nessa versão de Baby com "RUUUBEL, GATINHOOO" que acalma o coração 💕
Sofia 💅🏻
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